Quando Band confirmou que vai continuar transmitindo a Fórmula 1 até o fim de 2025, o alívio dos fãs foi imediato. A notícia veio após tentativas frustradas de rescindir o contrato com Liberty Media, que controla os direitos comerciais da categoria. O embate, que começou em meados de julho de 2024, girava em torno de supostos pagamentos atrasados de cotas publicitárias.
Por que a disputa aconteceu?
O contrato original, assinado em 2022, previa que a emissora manteria a transmissão até dezembro de 2025. Já em 2024, Liberty Media começou a cobrar pagamentos que, segundo eles, ainda não haviam sido repassados. A justificativa era simples: parte do valor das cotas de patrocínio vendidas durante as corridas deveria ter sido enviada à controladora dos direitos. A Band, por sua vez, alegou dificuldades de fluxo de caixa e problemas na conciliação de receitas.
Como ficou o acordo?
Em comunicado oficial, a emissora declarou: "A Band comunica que a transmissão da Fórmula 1 continuará sendo feita por ela até o fim de 2024 e durante todo o ano de 2025, conforme contrato vigente. Após conversas com a Liberty Media, não se chegou a um consenso em relação ao distrato e a emissora optou pelo cumprimento do contrato." Em resumo, as duas partes fecharam um acordo de pagamento que quitou as pendências e garantiu a continuidade da cobertura.
Impacto para os fãs e o mercado
O ruído envolvendo a possível migração da Fórmula 1 para o Globo gerou ansiedade nas redes sociais. Muitos temiam perder a transmissão aberta de algumas corridas. Na prática, a decisão significa que, até 2025, os espectadores ainda encontrarão as provas na TV aberta da Band e nas plataformas de streaming da emissora.
Além disso, a disputa destacou um problema estrutural do mercado brasileiro: os custos de licenciamento de esportes premium têm aumentado consideravelmente. Para a Band, que está sediada em São Paulo, o contrato de 2022 representou um investimento de cerca de R$ 800 milhões ao longo de três anos – valor que, segundo analistas, já está no limite da capacidade financeira de muitas emissoras.

O que vem pela frente?
Com o término do contrato em dezembro de 2025, as expectativas apontam para a retomada dos direitos pela Globo, que pressiona para um acordo que cubra a temporada 2026‑2028. Fontes próximas ao futuro contrato falam de um acordo que incluía 24 Grandes Prêmios por temporada, com 15 corridas na TV aberta e o restante em canais de assinatura como a SportTV.
Entretanto, enquanto a temporada de 2024‑2025 ainda está em curso, a equipe da Band já sente os efeitos da tensão financeira. Relatos indicam que, no Grande Prêmio de SingapuraSingapura, parte da equipe de produção recusou-se a trabalhar por falta de pagamento de verbas de produção.
Vozes do circuito
O veterano comentarista Reginaldo Leme comentou ao Motorsport.com: "Eu não quero sair da Band nunca. A Fórmula 1 vai sair, mas eu não." A frase, embora carregada de emoção, ilustra a lealdade de alguns profissionais que preferem permanecer na emissora apesar das incertezas.
Já executivos da Liberty Media apontaram que o acordo de quitação foi essencial para preservar a reputação da categoria no Brasil. "Precisávamos de um parceiro confiável para garantir a transmissão ao público brasileiro sem interrupções," disse um porta-voz que preferiu manter o anonimato.

Contexto histórico
Até 2022, a Band já havia transmitido a Fórmula 1 por quase duas décadas, depois de assumir os direitos da Rede Globo em 1997. No entanto, a competição por direitos esportivos se intensificou após o surgimento de novas plataformas de streaming, empurrando os valores de licença para patamares nunca vistos antes.
O contrato de 2022 foi, na época, a prova de que a emissora ainda acreditava no potencial de monetização da categoria. Hoje, porém, o cenário mudou: a pressão de anunciantes, os custos de produção e a necessidade de repassar parte da arrecadação à Liberty Media criam uma equação financeira cada vez mais complicada.
Resumo dos principais fatos
- Contrato entre Band e Liberty Media permanece válido até 31/12/2025.
- Negociações de distrato iniciadas em julho de 2024 fracassaram por divergências de pagamento.
- Acerto financeiro foi fechado, permitindo a continuação da transmissão.
- Equipe de produção recusou trabalho no GP de Singapura por atrasos de pagamento.
- Para 2026, direitos deverão mudar para Globo em acordo previsto até 2028.
Perguntas Frequentes
Por que a Band decidiu manter o contrato até 2025?
A emissora optou por cumprir o acordo porque o pagamento das pendências foi garantido, evitando prejuízos de uma ruptura abrupta e preservando sua reputação junto ao público e à Liberty Media.
Quais são as consequências para os torcedores?
Os fãs continuarão assistindo às corridas na TV aberta da Band até 2025, sem a necessidade de mudar de canal. Só a partir de 2026 poderão esperar a migração para a Globo, que pode oferecer mais transmissões em canais pagos.
O que motivou a Liberty Media a buscar o distrato?
A controladora alegou que a Band não havia repassado integralmente os valores referentes às cotas de patrocínio vendidos durante as transmissões, gerando um déficit financeiro que, segundo eles, justificava a rescisão antecipada.
Como fica o panorama dos direitos esportivos no Brasil?
A disputa evidencia a crescente pressão sobre emissoras para arcar com custos elevados de licenças. A tendência é que grandes ligas busquem acordos mais longos com multiplataforma, como já acontece com a Globo e a SportTV, o que pode tornar o mercado ainda mais competitivo.
Qual será o próximo passo da Band após 2025?
A emissora ainda não divulgou seus planos, mas analistas apontam que a Band pode reforçar sua grade com esportes de menor custo de licenciamento ou focar em conteúdos originais para compensar a perda da Fórmula 1.
Jéssica Soares
outubro 6, 2025 AT 04:26Olha só, a Band ainda tá segurando a F1 até 2025, né? Enquanto isso a gente vê o bolso deles girando no vermelho, e ainda tem gente reclamando de atraso de grana. Não é surpresa que a Liberty Media tenha puxado o saco pra cobrar, porque o contrato já era um bicho de sete cabeças. A torcida ficou aliviada, mas a verdade é que a emissora está jogando débil pra não perder a audiência. Se continuarem nesse ritmo, o próximo ajuste vai ser ainda mais doloroso.