Globo Escolhe 'Tieta' para Retornar em 'Vale a Pena Ver de Novo': Uma Obra Clássica Revisitada

Globo Escolhe 'Tieta' para Retornar em 'Vale a Pena Ver de Novo': Uma Obra Clássica Revisitada

A Rede Globo, um dos maiores símbolos da produção de teledramaturgia brasileira, anunciou com euforia a reexibição de uma de suas novelas mais icônicas, 'Tieta', no horário nobre de 'Vale a Pena Ver de Novo'. Originalmente transmitida entre 1989 e 1990, a obra marcou gerações ao ser uma das novelas mais assistidas na história da televisão nacional, fascinando tanto pela narrativa rica quanto pela construção de personagens complexos que adentraram o imaginário coletivo do público brasileiro.

Adaptada dos escritos de Jorge Amado, legendário autor brasileiro, 'Tieta do Agreste' ganha vida nas mãos dos roteiristas Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares, que com maestria traduziram o texto literário para as telas. A trama se desenrola na fictícia cidade de Santana do Agreste, situada no Nordeste do Brasil, pano de fundo que colabora para as vivas cores culturais e sociais retratadas na novela. A personagem central, Tieta, vivida por Cláudia Ohana na juventude e Betty Faria na fase adulta, é uma protagonista marcante, cuja jornada simboliza a resistência feminina frente às restrições sociais de sua época.

Expulsa de sua cidade natal por seu comportamento livre e liberal, Tieta retorna após 25 anos, transformada em uma mulher rica e influente. Sua volta não é apenas um acerto de contas pessoal; simboliza também a quebra de paradigmas culturais e o embate de valores tradicionais com as correntes progressistas, que aspiram por modernização e desenvolvimento, algo que sua personagem e Ascânio Trindade, retratado por Reginaldo Faria, personificam ao desafiar as estruturas existentes.

A produção de 'Tieta' transcendeu fronteiras geográficas e culturais do Brasil, levando sua narrativa a outros países da América Latina e além mar, alcançando um público diverso e consolidando a novela como um produto de exportação da cultura brasileira. Este sucesso culminou na adaptação cinematográfica em 1996, dirigida por Cacá Diegues, semelhantes pertinentes que reafirmaram a relevância do texto de Amado em diferentes mídias.

Edificada sobre uma trama enriquecida pela dualidade – seja a luta entre o progresso econômico, simbolizado pela instalação de uma nova fábrica, e o impacto ambiental, ou nas relações interpessoais conturbadas –, 'Tieta' jamais fugiu de temáticas complexas. A presença de Betty Faria, com sua expressividade marcante, deu vida a uma personagem que, segundo a atriz, foi revolucionária para o seu tempo, desafiando preconceitos e ideias conservadoras, e tornando-se um marco de empoderamento feminino dentro do gênero novelesco.

Além de uma protagonista icônica, 'Tieta' conta com um elenco notável que inclui Arlete Salles, Lilia Cabral e José Mayer, entre outros. Muitos dos quais continuam suas trajetórias artísticas com sucesso no cenário audiovisual, contribuindo para a história viva da dramaturgia brasileira. Este retorno da novela é parte de uma iniciativa da Globo visando ressuscitar seus clássicos e assim renovar o interesse de uma geração que cresceu afastada das produções que formaram a base cultural de gerações precedentes.

A expectativa para a reexibição de 'Tieta' a partir de dezembro de 2024 tem mobilizado tanto a audiência quanto os próprios artistas envolvidos na obra, que revisitam suas memórias e experiências desse fenômeno cultural. Em tempos de mudança e evolução de formatos audiovisuais, vertebrar-se no passado para capturar a atenção do público contemporâneo parece ser uma estratégia segura para a Globo, a qual aposta na nostalgia ao mesmo tempo em que reafirma sua capacidade constante de produção de narrativas que ressoem através dos tempos.

6 Comentários

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    João Pedro Néia Mello

    novembro 15, 2024 AT 20:44

    Tieta não é só uma novela, é um manifesto. A gente vê uma mulher sendo expulsa por ser livre e depois voltar como uma força da natureza, e isso não é drama, é história real. O Agreste não era só cenário, era personagem, com seus tabus, seus milagres, seus silêncios pesados. A Globo tá reexibindo isso agora porque o mundo tá precisando de heróis que não pedem permissão pra existir. Tieta não queria ser exemplo, ela só não se calou. E hoje, com tanta gente tentando se encaixar em moldes que não cabem, ela tá aí, de novo, pra lembrar que resistência não é ato, é estilo de vida. A fábrica que ela trouxe? Não era só dinheiro, era autonomia. A gente esquece que progresso não é só tecnologia, é gente que se recusa a ser pequena.

    Quem acha que isso é nostalgia tá enganado. Isso é urgência.

    Se você não sentiu arrepios com a cena em que ela entra na igreja com o vestido vermelho, você nunca entendeu o que era liberdade.

    Eles chamam de reprise, mas é ressurreição.

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    Valquíria Moraes

    novembro 16, 2024 AT 08:22

    EU NÃO AGUENTO MAIS NÃO 😭❤️🔥 TIETA É A MULHER QUE TUDO MUNDO QUER SER E NINGUÉM TEM CORAGEM DE SER 😭💖 A CLÁUDIA OHANA NA JUVENTUDE ME FEZ ACREDITAR QUE AMOR NÃO TEM CÓDIGO MORAL E A BETTY FARIAS NA ADULTA ME FEZ SENTIR QUE A VINGANÇA PODE SER BELEZA 🌹💃 E O ASCÂNIO?? MEU DEUS, ELE É O NOSSO PAI, TIO, AMANTE E INIMIGO AO MESMO TEMPO 😭💔 #TietaÉVida #ValeAPenaVerDeNovo

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    Francielle Domingos

    novembro 17, 2024 AT 04:50

    A reexibição de 'Tieta' representa um marco ético e cultural para a televisão brasileira. A obra, baseada na literatura de Jorge Amado, transcende o entretenimento e se configura como um documento sociológico de grande valia, especialmente no que tange à representação da mulher nordestina em um contexto patriarcal e conservador. A atuação de Betty Faria não apenas interpreta, mas encarna a resistência estrutural, desafiando os discursos hegemônicos da época. A produção, tecnicamente impecável, preserva a integridade do texto original, evitando a banalização comum em adaptações contemporâneas. A inclusão de temas como desenvolvimento econômico versus preservação ambiental, bem como a crítica às estruturas de poder locais, demonstra uma maturidade narrativa rara na dramaturgia nacional. A Globo, ao resgatar esta obra, não apenas honra seu legado, mas oferece às novas gerações um referencial crítico indispensável para a formação de uma consciência social mais profunda e consciente.

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    Paulo Roberto Fernandes

    novembro 17, 2024 AT 09:00

    Essa novela me ensinou que mulher pode ser forte, bonita e ainda assim ser julgada por tudo. Tieta é o que todo mundo sonha em ser, mas ninguém tem coragem de fazer. Vai ser louco ver de novo.

    Meu avô chorou quando viu ela voltar.

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    Lucas Leal

    novembro 18, 2024 AT 12:39

    É interessante notar como a adaptação mantém a essência do texto de Amado mesmo com as limitações da TV da época. A escolha de Cláudia Ohana e Betty Faria foi acertada porque ambas carregam uma aura de autenticidade que não é apenas atuação - é presença. O uso da linguagem regional, mesmo que suavizado, ainda ressoa com a realidade do Agreste. A cena da fábrica, por exemplo, não é só um conflito econômico, é uma metáfora da modernização que desconsidera a ancestralidade. E o fato de a Globo estar trazendo isso agora, em plena era das séries de streaming, mostra que ainda existe espaço para narrativas profundas - desde que tenham raízes. O retorno de 'Tieta' é um sinal de que o público ainda valoriza substância, mesmo que o mercado insista em superficialidade.

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    Luciano Silva

    novembro 18, 2024 AT 19:42
    Tieta voltou e o mundo ainda tá no mesmo lugar só que com celular agora
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