Thais Carla, a dançarina e influenciadora que conquistou milhões com coreografias de balé no Instagram, deu um passo ousado: tirou a roupa de compressão que usava para lidar com o excesso de pele e exibiu o corpo que conquistou depois de perder mais de 50kg. O gesto gerou milhares de comentários nas redes, não só pela surpresa visual, mas porque trouxe à tona a realidade crua da vida pós‑operatória.
A jornada de Thais Carla
Em abril de 2025, Thais passou por cirurgia bariátrica no Hospital Aliança Star, em Salvador. Na data da intervenção, ela pesava 170kg. Nos meses anteriores, a disciplina com dieta e consultas médicas já havia rendido a perda de 30kg. O procedimento escolhido foi o bypass gástrico, que reduziu o estômago a uma bolsa pequena e redirecionou parte do intestino, limitando a absorção de calorias.
Depois da cirurgia, o caminho não foi linear. Nos primeiros 50 dias, a dieta foi estritamente líquida, depois evoluiu para alimentos macios e, finalmente, para uma alimentação balanceada, sempre sob a orientação de nutricionista e endocrinologista. O objetivo não era só o número na balança, mas a melhoria da saúde geral e a mobilidade.
Hoje, Thais relata um peso entre 110kg e 145kg, dependendo da fonte, mas o que realmente importa são as métricas de qualidade de vida: ela reduziu o tamanho da roupa de 66 para 54 e volta a pedalar e, sobretudo, a dançar balé depois de 13 anos de pausa.
O retorno ao estúdio foi comemorado em vídeo, onde ela descreve a sensação de sentir o tutu deslizar suavemente sobre o corpo, algo que antes parecia impossível. “Eu queria mostrar porque coloquei a camisa e ficou bem lisinha, sem bultar. O apoio da peça de compressão ajuda a manter tudo no lugar quando faço exercício”, explicou Thais, demonstrando como o vestuário técnico ainda tem papel importante na fase de adaptação.
Desafios e conquistas pós‑cirurgia
Além da vitória nos números, Thais tem sido transparente sobre as dificuldades. O excesso de pele é um problema comum entre quem perde peso de forma rápida, e ela recorreu a um traje de compressão sob medida para evitar irritações e melhorar a aparência das roupas.
- Retorno ao balé: após 13 anos, ela volta a ensaiar e se apresenta em pequenos eventos locais.
- Pedalar novamente: a bicicleta, que antes era um exercício impossível, agora faz parte da rotina de cardio.
- Redução de medidas: de 66 para 54, refletindo a diminuição de volume corporal.
- Conquista jurídica: Thais foi a primeira pessoa no Brasil a ganhar um processo contra discriminação por gordofobia, reforçando seu papel de ativista.
Ela também compartilhou um revés: uma entorse no pé que interrompeu temporariamente os treinos. Mesmo assim, manteve a disciplina, adaptando o programa de exercícios para não sobrecarregar a lesão e usando a pausa como oportunidade para focar na nutrição.
Outro ponto forte da narrativa de Thais é a mensagem de autoestima. Ela declara que a cirurgia marcou “uma nova fase” onde pode ocupar espaços antes negados por padrões estéticos. “Eu já mostrei que um corpo fora dos padrões pode viver intensamente: dancei, desfilei, amei, formei uma família e ajudei milhares de mulheres a recuperar a auto‑estima”, afirma.
A influência de Thais vai além da balança; ela tem usado suas plataformas para educar sobre a importância de acompanhamento médico, dietas balanceadas e a necessidade de combater o preconceito contra corpos gordos. Ao revelar o corpo sem a compressão, ela convida seguidores a encarar a realidade sem filtros, reforçando que o caminho da saúde inclui altos e baixos, mas que a honestidade consigo mesmo é o maior motor de mudança.
Enquanto continua o processo de adaptação, Thais segue com consultas regulares, monitorando níveis hormonais, composição corporal e a saúde da pele. Ela destaca que a manutenção do peso exige atenção constante, especialmente após a fase inicial de perda rápida.
O relato de Thais Carla serve como um case real de como a cirurgia bariátrica, quando aliada a disciplina, apoio profissional e uma rede de apoio, pode transformar vidas. Sua transparência ao expor não só os resultados positivos, mas também as lutas cotidianas, cria um espaço de empatia e informação para quem pensa em seguir o mesmo caminho.
