Israel deporta Greta Thunberg após apreensão de barco com ajuda para Gaza; oito ativistas seguem presos

Israel deporta Greta Thunberg após apreensão de barco com ajuda para Gaza; oito ativistas seguem presos

Deportação relâmpago e tensão diplomática

Em apenas 24 horas, Greta Thunberg foi detida e deportada por Israel após participar de uma missão humanitária rumo à Faixa de Gaza. A ativista sueca, conhecida mundialmente por seu ativismo climático, embarcou na flotilha Madleen, organizada pela coligação Freedom Flotilla, com o objetivo de romper as rígidas restrições impostas à entrada de ajuda humanitária em Gaza. O barco, de bandeira britânica, foi interceptado pela marinha israelense antes de alcançar a costa, depois de múltiplos avisos para não seguir viagem.

Thunberg e outros três passageiros, também deportados, seguiram imediatamente para o Aeroporto Ben Gurion e embarcaram de volta para a Europa. A passagem de Greta por Paris, a caminho da Suécia, serviu de palco para declarações em defesa dos colegas ainda detidos. Ela classificou a experiência de encarceramento como "caótica", mas ressaltou que seus breves momentos sob custódia não se comparam à realidade vivida por civis palestinos em Gaza, isolados por quase dois anos de conflitos e bloqueio militar.

Ativistas em resistência e acusações de motivação política

Oito estrangeiros, integrantes do mesmo grupo, recusaram-se a assinar os papéis de deportação exigidos por Israel. Eles continuam detidos e aguardam audiência perante um juiz. O grupo que representa legalmente os ativistas, Adalah, já se manifestou dizendo que o processo é ilegal e baseado em motivos políticos. O governo de Israel, por sua vez, segue irredutível: o ministro do Interior, Moshe Arbel, decretou proibição absoluta de entrada para todos os envolvidos, justificando a decisão como medida para proteger a soberania nacional frente a protestos considerados provocativos.

A Freedom Flotilla Coalition, organizadora do barco, acusa Israel de violar o direito internacional ao impedir a missão e manter os ativistas presos. Segundo a própria Greta Thunberg, todos os integrantes sabiam dos riscos quando decidiram desafiar as restrições para entregar suprimentos essenciais aos mais de dois milhões de habitantes de Gaza.

Entre os detidos estava também Rima Hassan, parlamentar europeia de origem palestina, conhecida por suas críticas à política israelense e que já havia sofrido proibições de entrada anteriormente. Seu paradeiro e status legal permanecem incertos, levantando dúvidas sobre possíveis repercussões nas relações diplomáticas com a França e o Parlamento Europeu.

O episódio, além de destacar o endurecimento de Israel contra missões internacionais de ajuda, ainda chacoalhou as redes sociais: o ex-presidente americano Donald Trump voltou a disparar críticas pessoais a Thunberg, chamando-a de "estranha" e "jovem raivosa". Greta não deixou barato e retrucou sugerindo ao mundo "mais mulheres jovens e furiosas", aquecendo ainda mais o debate online sobre ativismo e direitos humanos no Oriente Médio.

7 Comentários

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    Valquíria Moraes

    junho 12, 2025 AT 23:47
    Greta tá na vibe das heroínas modernas 😍🔥 só queria ver o Trump tentando botar um barco de ajuda no mar... ele nem sabe nadar, só sabe tweetar. 🌊✊
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    Francielle Domingos

    junho 14, 2025 AT 05:34
    A ação de Israel viola claramente o Direito Internacional Humanitário, especialmente os artigos 23 e 59 da Quarta Convenção de Genebra, que garantem o acesso humanitário em situações de conflito armado. A deportação sumária e a detenção de ativistas que transportam suprimentos essenciais configuram uma violação sistemática dos direitos humanos fundamentais. É inaceitável que uma nação se valha de pretextos de soberania para negar alimento, medicamentos e água a civis sob bloqueio. A comunidade internacional deve agir com urgência.
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    Paulo Roberto Fernandes

    junho 15, 2025 AT 10:51
    Isso é triste, mas não surpreende. Gente boa tentando ajudar e o sistema responde com prisão. 🤷‍♂️ Paz pra Gaza e força pra quem tá lá dentro.
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    Lucas Leal

    junho 16, 2025 AT 02:51
    O fato de oito pessoas recusarem assinar os papéis de deportação mostra um nível de coragem que vai além do ativismo. É resistência organizada. Eles sabem que podem ser expulsos, mas escolhem ficar. Isso não é apenas política, é ética. A mídia ocidental precisa parar de reduzir isso a um 'drama de celebridade' e focar na realidade de Gaza - onde crianças não têm acesso a antibióticos e escolas viraram escombros.
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    Luciano Silva

    junho 17, 2025 AT 22:10
    Trump chamando ela de estranha e ela respondendo com mais mulheres furiosas é o melhor meme do ano sem querer. Greta tá no modo Deus da justiça climática e humanitária. Israel pode deportar ela mas não vai apagar o que ela tá falando. E o pior? O bloqueio tá há dois anos e ninguém faz nada. Fica só no post do Instagram
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    Luiz Soldati

    junho 19, 2025 AT 04:56
    A verdadeira violência não é a do barco que tenta entrar. É a do silêncio que permite que dois milhões de pessoas vivam como reféns de um mapa desenhado por generais. Greta não está quebrando regras - ela está revelando que as regras são a violência. A soberania não é um escudo para crimes contra a humanidade. E se você acha que isso é só política, então você nunca viu uma criança com fome olhando para o céu esperando que alguém desça do céu com comida. E ninguém desceu. Só o barco.
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    Marco Antonio Pires Coelho

    junho 19, 2025 AT 05:51
    Eu acho que esse momento é um divisor de águas. Não só por causa da Greta, mas porque agora temos uma geração inteira que não aceita mais o discurso de 'segurança nacional' como justificativa para o sofrimento coletivo. As redes sociais não são só pra memes - são pra documentar injustiças. E quando uma parlamentar europeia como Rima Hassan é presa por ser palestina, isso não é só um caso jurídico, é um alerta para toda a União Europeia: vocês estão falando de direitos humanos, mas estão permitindo que isso aconteça na porta de casa. A solidariedade não é um gesto, é uma obrigação moral. E se o mundo não agir agora, daqui a cinco anos vai ter um novo documentário sobre Gaza e a gente vai olhar pra trás e se perguntar: 'Como ninguém fez nada?'. Não vamos deixar isso acontecer. Vamos continuar falando. Vamos continuar compartilhando. Vamos continuar pressionando. Porque silêncio é cumplicidade.
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