Datafolha: o que está por trás das pesquisas de opinião no Brasil
Se você acompanha o noticiário, já deve ter visto a Datafolha citada em quase todo debate sobre política ou economia. Mas o que realmente significa cada número que aparece? Vamos descomplicar a ferramenta que molda percepções no país.
Como a Datafolha coleta os dados
A empresa usa entrevistas presenciais, telefone e, cada vez mais, questionários online. O segredo está na amostra: eles selecionam entrevistados que representem a diversidade regional, de idade, sexo e renda. Isso garante que a pesquisa reflita a realidade do Brasil, não apenas um grupo específico.
Os entrevistadores seguem um roteiro rígido, com perguntas fechadas para evitar interpretações ambíguas. Depois, os resultados passam por um processo de ponderação, ajustando os pesos de cada segmento para que a finalização fique equilibrada.
Entendendo os resultados
Quando a Datafolha publica um índice de aprovação presidencial, por exemplo, o número bruto já vem com margem de erro – normalmente entre 1,5% e 3%. Isso significa que, se o presidente tem 45% de aprovação, o intervalo real pode ficar entre 42% e 48%.
Além disso, a margem de erro varia conforme o tamanho da amostra. Pesquisas nacionais costumam ter entre 1.500 e 2.000 entrevistados; já uma pesquisa setorial, como a intenção de voto em um estado, pode ter amostras menores e margens maiores.
Outro ponto importante é o timing. Uma pesquisa feita antes de um debate pode mostrar tendências diferentes da mesma enquete feita logo após. Por isso, sempre compare a data de coleta com os acontecimentos recentes.
Você também vai notar que a Datafolha costuma divulgar quadro comparativo: “há 30 dias”, “há 90 dias”. Essa comparação ajuda a perceber se a opinião está mudando ou se estabilizou.
Quando a pesquisa aborda temas como economia – por exemplo, a confiança dos empresários – o questionário costuma incluir escala de 0 a 10. A média da escala traz um panorama mais detalhado que um simples “sim ou não”.
Por fim, fique de olho nas notas de rodapé. Elas explicam se a pergunta foi respondida por todos ou se houve “não souber/não responder”. Esses detalhes podem mudar a interpretação do resultado.
Com essas dicas, você consegue analisar qualquer número da Datafolha sem ficar perdido. Lembre‑se: pesquisa é uma ferramenta, não uma sentença definitiva.
Quer ficar ainda mais afiado? Acompanhe a frequência das publicações da Datafolha no nosso site. Cada nova pesquisa chega com análise prática, gráficos fáceis de entender e contextualização dos fatos que marcaram o dia. Assim, você entende não só o que os números dizem, mas o porquê.
Então, da próxima vez que alguém citar um índice da Datafolha, você já sabe o que observar: amostra, margem de erro, data e contexto. Assim, a informação ganha sentido e te ajuda a formar opinião de forma consciente.